" As palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades incorporadas". (Fernando Pessoa)

POEMA SEPTUAGÉSIMO SEXTO

O que esperar do sonho
corrompido? Como habitar 
uma terra inóspita sem uma pedra, uma faca,
uma vara que floresça o novo discurso
da esperança? Como acender no peito um novo fogo,
sem antes retirar do coração a cinza? Como
convencer as palavras que não devem 
confundir 
o amor com o ódio, 
num velho exercício de tristeza?

(Joaquim Pessoa)