Sem ti o vento não passa
dum eco que pulsa
na inquietude da colina
e as palavras não são mais
que vocábulos rasgados
no meio de falsos versos.
Em cada instante
o meu sono plácido
redesenha ruas
onde me perco nas demoras,
onde a voraz estrela da tarde
se desvanece
na aguarela da íris dos meus olhos.
Sem ti não há quadro pintado
com exclamações
nem sonhos indizíveis,
não há significados
nem significantes
nem o hipnótico encanto do teu corpo.
Sem ti…
o mundo é um pequeno infinito.
(Francisco Valverde Arsénio)