Ainda estou a pensar porque me acordaste tão cedo para falar de pedras.
Foi apenas um sonho que tiveste, as pedras não falam.
E por que razão te escolheriam para reclamar da vida que levam?
Por acaso não são elas que formam as montanhas, os precipícios, as arribas, o leito do mar e as ameias dos castelos?
Não são as pedras que redesenham as cidades, que dão vida às ruas, que servem de refúgio às lagartixas e abrigo às rosas do quintal?
Porque me acordaste amor… logo hoje que estava com tanto sono e sonhava que tinha um lápis por entre os dedos para chamar as palavras.
Podias ter esperado pela manhã para falar de pedras.
(Francisco Valverde Arsénio)