Uma doçura como só têm os pássaros e as amoras.
Uma felicidade que, mesmo ao contrário, torne semelhantes os nossos corações e a nossa liberdade.
Acorda-me agora tu, neste momento preciso em que preciso de dignidade e de coragem para pensar-me, deixando que as coisas profundas e redondas, os frutos e os peixes, possam reconhecer as minhas mãos que, sendo importantes, são o que mais afastado está de mim.
Nestes momentos de sol em que me pedes para sorrir, penso que nada, afinal, é demasiado importante a não ser o sonho de cada um de nós.
Até o mar, o mar denso, trágico e profundo, passeia pelas praias como nós andamos, descalços, pelo chão da nossa casa.
(Joaquim Pessoa)