FALO-TE DEVAGAR...
Falo-te devagar daqui do cosmos do meu leito. Não soletrarei a palavra velada da paixão que nos habita, serão os meus dedos loucos e ávidos que deixarão na tua pele a arrebatada loucura da textura lilás das pequenas flores da macieira. As minhas mãos têm sempre bocados de ti… quando gizam o teu corpo nada soçobra do amor que se faz, porque têm a ventura de ver sorrir o sol entre um poema e um beijo. Não há lugares dissipados no grito da noite que repousa, conhecemos a ciografia de cor, as ilhas uma a uma, o arquipélago todo em que nos tornámos. Não somos bagos nascidos dos cachos duma nortada, somos parte insolúvel de todos os quadrantes da rosa-dos-ventos. Falo-te devagar… no meio desta constelação de cetim.
(Francisco Valverde Arsénio)
Etiquetas:
Francisco Valverde Arsénio