Preciso de tempo. Preciso de espaço. Preciso de mim. Não posso sufocar na minha própria estagnação. Não posso acomodar-me no facilitismo do déjà vu. Não quero adormecer nos ecos de palavras ditas, escritas, revisitadas. Devo abrir as portas a novas transgressões. A um outro gostar. A um estar após a catarse de ser. A complexidade é o antónimo do tédio. E os labirintos que conheço já não me atraem, já nada me dizem. Quebrar as correntes que me cerceiam, fazer girar a chave no ferrolho que enclausura as vontades que me provocam, ouvi-las e libertá-las. Deixar marcas de passos que ainda não dei em terreno desconhecido sem temer o «e depois?» Depois… está tão longe e no entanto sinto-o tão perto… sem hesitações, é para lá que vou!