devora-nos
o tempo desencontrado
consome-nos
o tempo atrasado
distrai-nos
o tempo disfarçado
enerva-nos
o tempo atormentado
envelhece-nos
o tempo esgotado, cansa-nos
e nós, sem tempo pr'o tempo
partimos
desistimos
cegamos
deixamos o tempo confuso
deixamos o tempo parado
morremo-nos como os segundos
que morrem nos braços do tempo
(Nuno Guimarães)