O poema nasce
dentro das tuas mãos
sempre que repousa
nelas o teu rosto.
Não é uma canção:
são os lábios apenas
quando despertaram
antes da palavra.
Arquitectura última
que depois se eleva,
porque tu a criaste
para sempre livre.
Talvez uma ave
seja a sua forma
ao passar o voo
que continua o poema.
(Fernando Guimarães)