somos?
somos o improvável da manhã e a nuance nas árvores caducas.
somos o crepúsculo das flores e a luz que vela a noite.
somos?
somos a tristeza da separação ou a incerteza da espera.
mas o fogo acontece
e somos flama desprendida,
desejo imortal, ondas em perdição
toda a carne se quer, toda a alma se entrega
à intensidade do momento que gera o suspiro do corpo.
algures, o tempo permitirá o alento.
e o beijo fecundará o Verbo,
e a entrega acontecerá serena,
nos braços da paixão.
somos!
somos o inevitável!
queres?
(Vicente Ferreira da Silva)