Fui pajem,
Fui vassalo,Fui o te protector,
Fui o teu amante,
Fui em quase tudo um pouco,
Mas não fui o teu príncipe.
Não fui o teu cavaleiro andante.
Mas em tudo o que fui procurei tratar-te sempre como uma princesa,
Embora sabendo que não era o teu príncipe.
Também não serei o teu Ulisses,
Pois esse privilégio está guardado para outro,
Alguém que apenas chegou agora,
Que não teve a arte nem a poesia de ter ido no tempo certo,
Alguém que apenas teve que te pronunciar as palavras certas,
Alguém que não as precisou de sentir,
Alguém a quem tu disseste o que querias ouvir,
Alguém que não teve a arte de procurar o que tu gostavas de ouvir.
E depois de tudo,
Deixa-me ser o teu fiel jardineiro.
Procura-me sempre que precisares de carinho para as tuas flores,
Procura-me sempre que precisares de forças para as tuas raízes,
Procura-me sempre que precisares de adubo para a tua terra.
Procura-me sempre, eu sempre serei o réu fiel jardineiro.
E mesmo que tal não aconteça,
Quando o Outono ou o Inverno dos nossos dias chegarem
Eu sempre direi que tive uma Princesa e que fielmente tratei do seu jardim.
(mariosantos.porto.abril2011)